sábado, 22 de novembro de 2014

Top mil


No início do ano decidi sair do meu emprego e me lançar a fazer trabalhos freelance.
No conforto do lar, sem pegar trânsito ou me estressar com políticas corporativas, comecei a buscar trabalhos, melhorar meu perfil e estudar sobre esse mundo novo. Passei muito tempo me dedicando muito mais do que recebendo de volta. Uma das coisas que eu aprendi é que nesse mundo tem uma galera que trabalha praticamente de graça só para conseguir clientes.
Em geral, a qualidade é duvidosa e você vê o cliente procurando outra pessoa depois, para refazer o trabalho mal feito. Mas tem gente boa que trabalha por migalhas também. Enfim, a concorrência é grande, mas ainda não posso dizer que me arrependo. Aprendi a valorizar minha sanidade mais do que dinheiro.
Faz nove meses que comecei essa empreitada. Consegui trabalhos a partir de amigos que me conhecem e confiam na minha competência, outros responderam a anúncios afixados em pontos de ônibus da USP (sim, alguns dos milhares de papeis são meus) e com outros eu fiz negócio por meio de plataformas online. O blog ficou um pouco abandonado, mas minha página no facebook ganha pouco a pouco mais seguidores. 
Assim, minha pequena base de clientes ficou espalhada. Consegui um acordo para ser a tradutora de uma empresa sempre que precisasse de tradução e essa semana tive uma grata surpresa: entrei nos TOP 1000 da Workana, uma das plataformas de Freelance que eu uso (a que eu mais gosto).
Fiz poucas coisas lá, justamente porque prezo pela qualidade. Se o trabalho não paga de forma justa, se não acho que conseguirei cumprir prazo ou se o assunto me é muito estranho não pego, pronto. Quero manter a qualidade do que eu faço independente de não ter muitos clientes. E isso me levou a essa satisfação. TOP 1000 pode parecer pouco, mas a plataforma conta hoje com mais de 170.000 profissionais inscritos, então isso, para mim, é bastante.
O mais interessante, no entanto, não é atingir o resultado. É como eu cheguei a ele. Não conheço o chefe, não entrei em esquema, não usei maquiagem ou fiz charme para ninguém. Não foi jeitinho, favor ou chantagem. Foi o meu trabalho. Disso, por menos dinheiro que me dê, vou me orgulhar sempre.





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